sábado, 25 de dezembro de 2010
sexta-feira, 24 de dezembro de 2010
3^10^2 + 6*10^1 + 5*10^0
Não sei onde estás. Não sei como estás. É um estado neutro, estúpido. O tempo passa e tudo muda e tudo fica na mesma. Estás longe. Não sei onde, mas não chego lá. E o tempo não faz nada e muda tudo. Não estás mais perto, é óbvio. Mas também não estás mais longe. Estás algures a meio do caminho e ainda assim uma metade inalcançável.
E a tua imagem paira à minha volta, todos os dias, a todas as horas. Vejo-te na rua. Vejo-te com 13 anos na rua. E sei sempre que não és tu. E o telefone toca e nunca és tu. Nunca vai aparecer o teu nome no visor. Nunca vou ouvir a tua voz do outro lado. Essa voz que eu ainda conheço. Nunca vais ser tu a perguntar-me onde ando, se quero boleia para casa ou se quero ir ao supermercado contigo.
Ainda sei de cor a tua pele, o teu toque. Ainda procuro o teu cheiro nalgumas camisolas, antes de as vestir. Ainda tenho a tua mão na minha, deste a última vez. Ainda vejo e sinto aquelas veias salientes e a tua pele extra (desculpa, mas sabes que é sempre a gozar. “Sinais da velhice” e no entanto nunca foste velha). E, no entanto, fugiram-me para sempre.
Não sei falar de ti. Não sei falar no passado de alguém que ainda está tão presente na minha vida. Porque todos os dias há qualquer coisa que me faz lembrar de ti. Há uma história tua que eu conto a alguém há um episódio nosso que eu resolvo partilhar. E depois há a minha vida a acontecer. E todos os dias eu vejo pessoas felizes, famílias felizes. Ou até podem não ser felizes. Mas são inteiras. Ou não. Não interessa muito. Apenas me lembram de como nós fomos, as 3, durante tanto tempo. Imperfeitas, sim, mas era tão bom. E ou tenho inveja de todas estas pessoas, ou culpo-as de não estarem a aproveitar enquanto podem.
Tínhamos tanto para dar ainda...
Miss you, today, every day.
(Começado numa viagem de autocarro, Infante-Casa, numa das páginas finais do caderno de ACAF, terminado agora.)
Alan Menken
What would I pay to stay here beside you?
What would I do to see you smiling at me?
domingo, 24 de outubro de 2010
Mãe, 20.
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
Do baú...
nunca ter saído da barriga da mãe
cá fora está-se bem
mas na barriga também era divertido
o coração ali à mão
os pulmões ali ao pé
ver como a mãe é
do lado que não se vê
O que a Ana mais quer ser
quando for grande e crescer
é ser outra vez pequena
não ter nada que fazer
não ser pequena e crescer
de vez em quando nascer
e voltar a desnascer
a Ana quer...
Manuel António Pina
(os meus tempos de Gambozinos... bendita cassete!)
domingo, 12 de setembro de 2010
Do not stand at my grave and weep
Do not stand at my grave and weep
I am not there. I do not sleep.
I am a thousand winds that blow.
I am the diamond glints on snow.
I am the sunlight on ripened grain.
I am the gentle autumn rain.
When you awaken in the morning's hush
I am the swift uplifting rush
Of quiet birds in circled flight.
I am the soft stars that shine at night.
Do not stand at my grave and cry;
I am not there. I did not die.
Mary E. Frye
domingo, 1 de agosto de 2010
sexta-feira, 30 de julho de 2010
...(rant)
Cá estou eu.
Outra vez. Contra tudo e contra todos. Contra tudo o que me ensinaste. Ou tentaste ensinar. Com toda a minha casmurrice, cá estou eu a repetir os mesmos erros. Sempre a pensar “desta vez vai ser diferente”. Sempre a acreditar que o tempo muda tudo e que tudo fica melhor. Mas é mentira.
Detesto o positivismo que me incutiste.
Já não consigo viver com aquela esperança de que um contra todos um dia há-de resultar. Somos tão poucos e ninguém nos ouve. O mundo é porco e está toda a gente bem com isso. Cada vez tenho menos força para me manter fiel a mim e a ti e ao que cresci a aprender.
Perdi o lirismo que nasceu em mim quando morreu o Avô. Toda aquela poesia de “viver e ser feliz como ele queria que eu fosse” já passou. Desta vez não é possível. É demasiado pesado. Não dá para colmatar a tua ausência assim. É demasiado difícil continuar como se nada fosse. Porque não é um “nada”, é um tudo. Um tudo que me fugiu. E cada dia que passa é pior. Fazes mais falta, preciso mais de ti. Todos os dias acordo com vontade de chorar. Todos os dias forço-me a dormir o máximo que conseguir, ficar na cama o maior número de horas possível, só para não ter que sair e enfrentar um mundo sem ti, que só me dá vontade de chorar. Todos os dias me afasto de casa e atraso o regresso, só para não ter que abrir a porta e dar de caras com um sofá onde tu não estás.
Tenho medo.
Medo de te esquecer. Medo de já não me lembrar como era. Como era a nossa vida, a nossa família. Tenho medo de já não saber ser feliz.
Estou presa nesta depressão e não deixo que nada seja suficientemente grande para me tirar dela. Estou fechada em mim e cada vez mais velha. E acho que, se me visses agora, não ias gostar. Tenho vergonha de mim porque acho que não sou a filha de quem te orgulhavas. Não sei quem sou, espero que mo digam. Tornei-me parasita e manipulável. Sinto que estou a perder princípios, simplesmente para não ficar sozinha. Revolto-me com as contrariedades de uma forma ridícula e exagerada, para depois me render ao mais pequeno sorriso. Sou comprada com nada e dou comigo a comprar o que não é, ou não devia ser, comprável.
E os sonhos continuam.
Sonhos em que tu estás ao meu lado, tocável, audível, real. E depois acordo. Acordo e não conheço o mundo à minha volta. Não conheço as pessoas. Pensava que sim, mas pelos vistos não. Estava convicta das minhas descobertas e trocas, mas cada vez mais as repenso. Sinto falta da minha vida antiga. Esta é muito difícil. Todos os dias, mesmo que não aconteça nada, há aquela falta de conforto.
Dormir é tão fácil…
sexta-feira, 2 de julho de 2010
...(wierdest thought)
segunda-feira, 14 de junho de 2010
...(o teu canto)
quarta-feira, 2 de junho de 2010
...(And there are storms we cannot weather)
sábado, 29 de maio de 2010
Olá 'colega'...
Eu sei que já lá vai um tempo desde a última vez. Quase dois anos desde aquela tarde, aquele jantar, desde a última vez que nos vimos. Mas houve algo hoje que fez com que eu me lembrasse de ti. Vou tentar explicar…
Hoje estive à conversa. Sim, como todos os dias. Mas o que interessa aqui é com quem eu conversei. Não é uma pessoa que eu conheça extremamente bem, mas é-me minimamente familiar. No entanto hoje foi diferente, hoje senti-me amparada. Pelo contexto, pela experiência paralela, por toda a semelhança, senti que era alguém com quem eu iria gostar muitíssimo de conversar. Porque eu estou desorientada e ela já se orientou, dentro do possível. E acho que foi por aí que me lembrei de ti.
Da última vez que te vi, estavas desorientada. Ambas estávamos. Nenhuma de nós sabia onde “encaixar”. Éramos as tolas no meio da ponte. Nem para a frente nem para trás. Simplesmente “colegas” (tu baptizaste-me), estávamos ali especadas, a olhar à volta, à procura do sítio onde nos enquadrávamos melhor. Ou onde não destoávamos tanto. E depois desse dia, apesar de ter plena consciência de que nunca soubeste, voluntariei-me para te ajudar, para te apoiar, para ser família. Apesar de nunca teres recebido o recado, sei que agora estás bem. Mais do que bem, mesmo. Pelo que ouço estás feliz. Sendo assim, eu fico feliz por ti e ansiosa por te encontrar e to dizer.
Quanto a mim, hoje senti-me tão “sem-abrigo” como há 2 anos atrás. Onde quer que estivesse, estava deslocada, não pertencia. (E por esta altura, já devia…) Então lembrei-me de ti e quão confortável foi estar deslocada contigo. Está para trás, eu sei, e ainda bem. Tu estás porreira e eu hei-de estar. (Eu espero…)
domingo, 11 de abril de 2010
Rock Bottom.
Ever since I heard this I've been meaning to post it, as goodbye. Only I knew it wasn't true, yet. Now it is.
Because I'm ashamed of having to tell myself everyday that you are not, and never were, perfect. I'm sick of asking myself if you even miss me. It's obvious you don't or you'd have come after me, like I wish you would. Or are you that naive? Did you really think I wanted you gone?
But now, I'm done with all this "sitting, waiting, wishing"... I'm done wondering if I should text you... Done, really done.
Today this stops. From now on, the only way is up. I’m sorry this has to end like this. I really thought we could have it all. I guess I was wrong. Now we’ll never know…
Goodbye.