sábado, 16 de fevereiro de 2008

O submarino chega ao porto.

"Fechei para férias!"
Tantas vezes o disse, e em circunstâncias bem mais divertidas.
Mas, sim, vou fechar para férias. Vou parar com as publicações regulares neste blog. Não o apago, porque é um capítulo da minha vida e não o posso apagar. Mas vou cingir-me à banalidade das letras das músicas do momento e dos e-mails engraçados que me mandam.
Chega de pensamentos e reflexões sobre o mundo que me rodeia (ou rodeou) e que nunca vou perceber. Não vale a pena! A vida é demasiado curta...
Fica muita gente por lembrar, é certo. Muita gente mereceu um lugar aqui, pelo bem, pelo mal ou até pelos dois, mas já não sou capaz de criar lugares exclusivos. Faço antes um apanhado de quem fica cá dentro...

Fica o meu amigo que insistia que "a minha mãe é melhor que a tua". Aquele que apanhou a primeira onda no mesmo dia que eu. Ficam as horas em que argumentámos quem teria a melhor mãe e todas as outras - nas quais 'diversão' era palavra de ordem - na praia, na piscina, a contar anedotas, a imitar o Herman, a fazer todo o tipo de disparates...
O tempo passou e a vida afastou os nossos caminhos. Ficam as lembranças do que fomos e do que poderíamos ter sido. (Sim, porque a minha mãe queria mais, acreditas? Queria que eu perdesse parte do meu juízo, e que o tranferisse para ti, por osmose ou assim...Enfim... Mães!)
Fica aquele meu ódio de estimação, porque é uma borbulha arrogante e nunca me vão faltar forças para desancar nela.
Ficam todos os outros potenciais amigos, que se ficaram por conhecidos, pela simples conveniência de não expressar (ou até ter) uma opinião!
Eu sei lá... Fica muito mais, mas eu agora não me lembro. Não sei dizer mais. Não tenho força.
Tenho, sim, força inesgotável para agradecer a todos aqueles que por aqui passaram. Os que aqui estiveram e leram os meus desabafos. Os que comentaram e os que não encontraram palavras. Os que gostaram e os que não gostaram também. Todos esses, que ajudaram!
Obrigada por se lembrarem de mim.


Obrigada também ao John, ao George, ao Paul e ao Ringo!

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

A descoberta do Navegador.

"Hoje, pode dizer-se que é uma má companhia, mas não foi sempre assim, eu conheço o Angelino desde que éramos putos. Ele estragou-se aí pelos dezasseis, dezassete anos, não sei como nem porquê. No fundo, é isso que eu não perdoo ao Angelino: era o meu melhor amigo, eu contava-lhe tudo o que pensava e tudo que fazia, mas é claro (é claro hoje, na altura não percebi) que não me pagava na mesma moeda, tinha outra vida onde eu não entrava. Sempre me custou perceber por que foi que o Angelino nunca se abriu comigo da maneira como eu me abria com ele."


Navegador Solitário, de João Aguiar
(Livro estranho...
Ainda não sei dizer se gostei ou não,
mas nele descobri isto...)