sexta-feira, 30 de julho de 2010

...(rant)

Cá estou eu.
Outra vez. Contra tudo e contra todos. Contra tudo o que me ensinaste. Ou tentaste ensinar. Com toda a minha casmurrice, cá estou eu a repetir os mesmos erros. Sempre a pensar “desta vez vai ser diferente”. Sempre a acreditar que o tempo muda tudo e que tudo fica melhor. Mas é mentira.

Detesto o positivismo que me incutiste.
Já não consigo viver com aquela esperança de que um contra todos um dia há-de resultar. Somos tão poucos e ninguém nos ouve. O mundo é porco e está toda a gente bem com isso. Cada vez tenho menos força para me manter fiel a mim e a ti e ao que cresci a aprender.
Perdi o lirismo que nasceu em mim quando morreu o Avô. Toda aquela poesia de “viver e ser feliz como ele queria que eu fosse” já passou. Desta vez não é possível. É demasiado pesado. Não dá para colmatar a tua ausência assim. É demasiado difícil continuar como se nada fosse. Porque não é um “nada”, é um tudo. Um tudo que me fugiu. E cada dia que passa é pior. Fazes mais falta, preciso mais de ti. Todos os dias acordo com vontade de chorar. Todos os dias forço-me a dormir o máximo que conseguir, ficar na cama o maior número de horas possível, só para não ter que sair e enfrentar um mundo sem ti, que só me dá vontade de chorar. Todos os dias me afasto de casa e atraso o regresso, só para não ter que abrir a porta e dar de caras com um sofá onde tu não estás.

Tenho medo.
Medo de te esquecer. Medo de já não me lembrar como era. Como era a nossa vida, a nossa família. Tenho medo de já não saber ser feliz.
Estou presa nesta depressão e não deixo que nada seja suficientemente grande para me tirar dela. Estou fechada em mim e cada vez mais velha. E acho que, se me visses agora, não ias gostar. Tenho vergonha de mim porque acho que não sou a filha de quem te orgulhavas. Não sei quem sou, espero que mo digam. Tornei-me parasita e manipulável. Sinto que estou a perder princípios, simplesmente para não ficar sozinha. Revolto-me com as contrariedades de uma forma ridícula e exagerada, para depois me render ao mais pequeno sorriso. Sou comprada com nada e dou comigo a comprar o que não é, ou não devia ser, comprável.

E os sonhos continuam.
Sonhos em que tu estás ao meu lado, tocável, audível, real. E depois acordo. Acordo e não conheço o mundo à minha volta. Não conheço as pessoas. Pensava que sim, mas pelos vistos não. Estava convicta das minhas descobertas e trocas, mas cada vez mais as repenso. Sinto falta da minha vida antiga. Esta é muito difícil. Todos os dias, mesmo que não aconteça nada, há aquela falta de conforto.

Dormir é tão fácil…

sexta-feira, 2 de julho de 2010

...(wierdest thought)

Whenever I see a VW drive by, I wonder if you are driving it.
Even when I actually am inside your car.