quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Por que lutar - Ana Luísa Amaral

Por que lutar?

É preciso fortalecer a esquerda, dizem as pessoas preocupadas com o país. É preciso mudar o rumo às coisas, travar estas brutalidades, estes atropelos à liberdade e aos direitos humanos, estas constantes impunidades. É preciso, diz-se. Mas não basta falar, nem queixarmo-nos. Para que as coisas mudem, é necessário agir. E agir não significa somente sairmos de casa e virmos para as ruas. Agir significa também, e neste momento mais do que nunca, usarmos a única arma que temos para lá das armas a sério. Essa arma é o voto.
O voto nesta candidatura significará virar o Porto ao contrário.
Votar neta candidatura é escutar a cidade, as suas freguesias, as pessoas que as integram, as iniciativas culturais que as animam. Um Porto mais ameno para as pessoas portadoras de deficiências, um Porto que apoie os teatros independentes e os eventos culturais, abrindo-os  públicos mais diversificados, um Porto verdadeiramente requalificado, do ponto de vista urbano, e não vergado a interesses económicos, que só entendem essa requalificação como estando ao serviço dos mais ricos. A requalificação urbana tem que estar ao serviço das pessoas.
No nosso programa, começamos por dizer que a cidade é "uma metáfora da democracia", nas suas várias dimensões individual e social, lírica e épica. Porque, como dizemos também, a cidade constitui o espaço produtor da cidadania e gerador da inovação; constitui, pois, "o húmus em que a democracia vive, progride e responde aos novos desafios".
Por isso falamos nós em felicidade, sublinhando que entendemos a sua procura como um direito a que todos têm direito. Da felicidade faz parte o espaço para a imaginação. Por isso nos propomos reinventar a cidade. Com a participação de todas e de todos. Por isso a nossa ênfase numa democracia participativa. Propomos dar a palavra aos cidadãos, através da discussão de orçamentos participativos e da promoção de referendos locais. E por isso ainda exigimos transparência nas contas públicas, através, por exemplo, da divulgação online de todos os documentos da Câmara relacionados com contratações, concursos e ajustes directos.
Esta candidatura acredita que virar o Porto ao contrário é ver e ouvir no avesso das coisas, é simplesmente defender aquilo que se lê numa das suas declarações: "transformar a cidade do Porto numa cidade boa para todas as pessoas viverem!" O mesmo que é dizer: mais justa. Ao serviço das pessoas. Um Porto onde "pacto" não signifique pactuar com os interesses instalados. Mas um Porto de pactos justos. Um Porto porto de abrigo. Um Porto que seja de facto, seu: dele, de si, Porto e de nós todos e todas. Das pessoas. Um Porto que promova a erradicação da pobreza e combata a desertificação, convidando as pessoas a habitarem-no e nele ficarem, felizes. Uma cidade aberta e cheia, não esvaziada de gente.
Por isso é tão fundamental votar. E é tão fundamental fazê-lo em pessoas que acreditam que acreditar no futuro passa por resistir às directrizes que têm vindo a governar esta cidade e que ameaçam continuar a fazê-lo, se não estivermos atentos. Nesta cidade de granito feita, não podemos deixar que o coração se transforme em pedra. Nem o pensamento, que caminha lado a lado com o coração. Acreditamos que as pessoas que vivem esta cidade sabem falar, se forem ouvidas. E por isso iremos lutar.
Ana Luísa Amaral


Tentei escrever algo acerca as eleições mas não consegui. Acabei por usar as palavras de Ana Luísa Amaral, espero que ninguém se chateie.
Tirei este texto de um jornal que tem sido distribuído em vários pontos da cidade, jornal esse que pertence ao movimento E se virássemos o Porto ao Contrário?, que apresenta (em conjunto com o BE) uma candidatura à nossa câmara, encabeçada por José Soeiro. Uma candidatura que eu apoio e que para mim significa transparência e inovação para a minha cidade. Tem o meu voto de confiança e espero que o de muitos mais. Se este texto não for suficiente para vos convencer, visitem a página oficial. 
Acima de tudo, peço que ninguém se abstenha. É importante participarmos na vida da nossa cidade, do nosso país, e o voto é a melhor ferramenta para mostrar o nosso agrado ou descontentamento em relação às políticas em vigor. (Já agora, se não for pedir muito, não se deixem enganar por candidaturas alegadamente "independentes", nem por promessas de obras que vão ser só para Inglês ver. Só vão servir para o Governo esfregar as mãos de contente, pois afinal o povo é manso e não está assim tão indignado com a situação calamitosa em que o país se encontra.)
Votem, votem bem, votem em consciência.
Um bem haja e prometo voltar!