quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Penso...

Penso, logo existo (como substância pensante) – Réné Descartes.

NÃO! Hoje não! Hoje não penso, não é dia de pensar. Hoje apenas me lembro. Lembro-me bem! Lembro-me das nossas brincadeiras, das nossas frases e expressões, das nossas aventuras culinárias, de tudo o que passámos, das memórias que (acho eu) ainda hoje partilhamos. E, automaticamente, lembro-me da dor. Aliás, já nem é dor. Agora é apenas mágoa. Mágoas de, depois de tudo, ter "sobrado" um bocado de “nós” (um bocado sem mim), do tempo, que, tal como diz a Marta, agora me parece desperdiçado com pessoas que não o mereciam, de não saber ao certo onde começa a mentira. Por vezes pergunto-me, se alguma vez fomos realmente amigas, ou se era apenas uma ilusão minha (mais uma…), e de tantas outras pessoas. Parece que nunca saberemos…não é?

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

Obrigada Benedita!

"Talvez eu venha a envelhecer
rápido demais.
Mas lutarei para que cada dia
tenha valido a pena.

Talvez eu sofra inúmeras desilusões
no decorrer de minha vida.
Mas farei que elas percam a importância
diante dos gestos de amor que encontrei.

Talvez eu não tenha forças
para realizar todos os meus ideais.
Mas jamais irei considerar-me um derrotado.

Talvez em algum instante
eu sofra uma terrível queda.
Mas não ficarei por muito tempo
tombado no chão.

Talvez um dia o sol deixe de brilhar.
Mas então irei banhar-me na chuva.
Talvez um dia eu sofra alguma injustiça.
Mas jamais irei assumir o papel de vítima.

Talvez eu tenha que enfrentar alguns inimigos.
Mas terei humildade para aceitar as mãos
que apontarão na minha direcção.

Talvez numa dessas noites frias,
eu derrame muitas lágrimas,
mas não terei vergonha por esse gesto.

Talvez eu seja enganado inúmeras vezes.
Mas não deixarei de acreditar
que em algum lugar alguém merece
a minha confiança.

Talvez com o tempo
eu perceba que cometi grandes erros.
Mas não desistirei de continuar trilhando
o meu caminho.

Talvez com o decorrer dos anos
eu perca grandes amizades.
Mas irei aprender que aqueles que
realmente são meus verdadeiros amigos,
nunca estarão perdidos.

Talvez algumas pessoas queiram o meu mal.
Mas irei continuar plantando a semente
da fraternidade por onde passar.

Talvez eu fique triste ao concluir que
não consigo seguir o ritmo da música.
Mas então, farei que a música siga
o compasso dos meus passos.

Talvez hoje eu me sinta fraco.
Mas amanhã irei recomeçar, nem que
seja de uma maneira diferente.

Talvez eu não aprenda todas
as lições necessárias.
Mas terei a consciência que
os verdadeiros ensinamentos
já estão gravados na minha alma.

Talvez eu me deprima por não ser
capaz de saber a letra daquela música.
Mas ficarei feliz com as outras
capacidades que possuo.

Talvez eu não tenha motivos
para grandes comemorações.
Mas não deixarei de me alegrar
com as pequenas conquistas.

Talvez a vontade de abandonar tudo
se torne a minha companheira.
Mas ao invés de fugir,
irei correr atrás do que almejo.

Talvez eu nunca consiga descobrir
um arco-íris.
Mas aprenderei a desenhar um,
nem que seja dentro do meu coração.

Talvez eu não seja exactamente
quem gostaria de ser.
Mas passarei a admirar quem sou.

Porque no final saberei que,
mesmo com incontáveis dúvidas,
eu sou capaz de construir
uma vida melhor.

E se ainda não me convenci disso,
é porque como diz aquele ditado:
"ainda não chegou o fim".

Porque no final não haverá
nenhum "talvez" e sim a certeza
de que a minha vida valeu a pena
e eu fiz o melhor que podia."




Obrigada Benedita, por tão belas palavras que, do nada, pintaram um sorriso nos meus lábios! Hoje foi um bom dia, mas ao abrir o mail, tornou-se um dia melhor! Ainda não sabia do que se tratava, mas senti-me feliz. Ainda bem que se lembrou de mim. É bom saber que no meio deste mundo doido, ainda temos tempo para nos lembrarmos das Amigas!

Muito obrigada por tudo!

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

Tu é que pediste!

Queres defeitos?
Gozas com ela, e acha-la sinistra (que escândalo!). Levas tudo a mal. És uma chata! Tens desdém à música quem mais me faz vibrar, e não te cultivas. Tens a mania que és gorda. E ainda por cima, insistes em chamar-lhe aquilo que eu já te pedi milhões de vezes para não chamares. Não consegues perceber que isso só me leva às memórias de uma fase da minha vida que já passou, acabou com muita pena minha. Foi pelo melhor, agora vê-se, porque eu não quero ser como aquilo que agora vejo. Mas a verdade é que ainda tenho algumas saudades. Olhando para trás só penso no tempo que desperdicei e acredita custa. E não é só a mim!
Posto isto, suponho que queiras qualidades...
Queres saber por que pequeno pedaço de ti é que eu te adoro. Sinceramente - não sei! Tens imensas qualidades, mas o conjunto é que faz de ti aquilo que és. É como um novelo, que não é possivel desfazer... Não sei separar as tuas qualidades e dizer de qual é que mais gosto... Desculpa. Só sei, e isto tenho a certeza, que Tu és Tu. E isso, para mim, basta.
No entanto, tenho pena. Pena que aches que o facto de satisfazer com o "tu seres tu" é pouco, depois de ter escrito aquele parágrafo "enorme" de defeitos. Pena que não percebas o contraste. Alterei o texto uma primeira vez porque também não estava do meu agrado. Não o altero uma segunda vez só porque não vês o sorriso com que escrevo para ti!

domingo, 11 de fevereiro de 2007

7h da manhã e ...

O despertador toca. Ela salta da cama e corre para o chuveiro. Em 10 minutos fica pronta. "Mãe, despacha-te, vamos chegar tarde!" A mãe, muito vagarosa, preferia que o dia não tivesse chegado. "É hoje, o dia em que a minha pequena deixa o ninho...Tinha mesmo que ser hoje?"
E passado algum tempo, já no local da partida, despedem-se. Ela está muito feliz, já nem se lembra das saudades que a angustiavam no dia anterior. A mãe, por sua vez, continua com aquele aperto no coração...
- Não te preocupes, que vai correr tudo bem. Eu ligo mal lá chegue!
- Eu sei que sim...Vai lá ter com os teus amigos, e faz boa viagem!
- OK! Vou ter saudades tuas...
- Eu também!
Depois de um longo abraço, ela corre e acena à mãe. A mãe acena à carrinha que se afasta, dá meia volta e limpa a lágrima teimosa que lhe corre pela face.

A minha adaptação do que se passa hoje...
Boa Viagem Isabelinha!
Benedita, já sabíamos que este dia ia chegar...Mas ela volta!
Margarida Feijó
11-02-2007