domingo, 28 de agosto de 2011

por favor espreitar a barra lateral

Paperback Writer ou Mariella, gentil e amarela.
Não sei o que é que ela prefere.
Mas para quem procurava a minha irmã, ela está aí.
Feijão esverdeado é o link, Centrifugadora o nome da página.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

mais um para a lista

Estou eu tranquilamente em casa e tocam à porta - é alguém tipo testemunhas de Jeová que quer falar comigo, para saber o que eu acho do que se vai passando na televisão e se acredito que algum governo vá por um termo a isto tudo. Lamento, minha senhora, neste momento não posso conversar consigo.

Mentira, até podia. Mas não me apetece. Já pensei demasiado no assunto, estou um bocado farta de dar voltas à cabeça. Nisto lembro-me que tenho um projecto. E que queria falar contigo sobre ele. Queria ter-te contado o que andava a magicar. Agora já não me apetece magicar nada. Mas fui a Vilar motivada para, ainda que não explorássemos muito o assunto, te comunicar o que ando a fazer. Porque me ajudaste com o currículo. Porque te contei os meus projectos para o próximo ano. Porque acreditei que gostarias de saber e que terias uma palavra de incentivo para me dar. Mas feita parva, vi-te e travei. E depois esqueci-me. E agora, é mais uma das coisas de que me arrependo.

Estou aqui a ver vernizes à minha volta (a Mariana passou "a manhã" a escolher a cor com que ia pintar as unhas) e está-me a apetecer fazer alta mistura. Porque ainda me lembro de umas férias há muito tempo em que tu tinhas uma de cada cor. Adoro-te tanto. Não sei porque é que não me canso de o dizer se quando foi tempo disso não o disse que chegue. Não serve para compensar. Mas adoro-te. Beijos gordos...

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Mais um poema

What would the dead want from us

Watching from their cave?

Would they have us forever howling?

Would they have us rave

And disfigure ourselves, or be strangled

Like some ancient emperor's slave?

None of my dead friends were emperors

With such exorbitant tastes

And none of them were so vengeful

As to have their friends waste

Waste quite away in sorrow

Disfigured and defaced.

I think the dead would want us

To weep for what THEY have lost.

I think that our luck in continuing

Is what would affect them most.

But time would find them generous

And less self-engrossed.

And time would find them generous

As they used to be

And what else would they want from us

But an honoured place in our memory,

A favourite room, a hallowed chair,

Privilege and celebrity?

And so the dead might cease to grieve

And we might make amends

And there might be a pact between

Dead friends and living friends,

What our dead friends would want from us

Would be such living friends.


James Fenton





Nestes dias pesados, surgem (um pouco de todo o lado)

os mais diversos pensamentos.

Não é minha intenção inundar o submarino com eles.

Mas este em particular agradeço à Vera.

E, apesar de não saber se ainda cá vem,

é na Maria Vasconcelos que penso quando o partilho aqui.

Um abraço a todos




segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Foi-se.

Assim do nada, foi-me arrancada. Toda aquela tranquilidade que me inundava, foi-se, agora que já pesa mais de uma semana. Estou aqui, sozinha, com os meus pensamentos e arrependimentos.

Arrependo-me tanto de não te ter ido visitar a Lisboa mais vezes, apesar de tantas promessas. Podíamos ter tantas mais recordações...
Arrependo-me de não te ter dito que já estava a ler "A Espuma dos Dias" (e em francês!!) quando pude. (Ainda não consegui pegar-lhe, já sei o fim...) E de não te ter dado o CD que a Mariana e eu te fizemos. (Está algures lá em casa, não me lembro onde o deixei, nem sei se alguém lhe pegou.)
Arrependo-me de não ter retribuído convenientemente aquela monumental declaração que tu fizeste na piscina. Sempre gostei tanto de ti, sempre foste tão fantástica comigo.

Oh minha Tia, a saudade é uma coisa tão triste...

E agora aqui, sem as tias (nem as que o são desde 1990 nem as que o são desde a semana passada), sem as galinhas, sem Vilar, sem nada...Começo a pensar que nada aconteceu. Quero acordar. Quero descobrir que sim, a tua sombra foi embora mas que tu estás simplesmente sob o Sol do Alentejo. Que ainda vou ser a tua testemunha. Que te vou abraçar mais uma vez.

Vou dormir.

Só este homem e esta música (que eu ainda não consegui compreender de quem é) para me por aqui a chorar que nem um bebé e a escrever....

terça-feira, 9 de agosto de 2011

repost

Já publiquei isto aqui em Setembro 2010. Mas hoje deu-me para vasculhar esta coisa a que chamo o meu blog. E hoje faz tanto sentido que não podia não voltar a trazer isto para a luz do dia...

Do not stand at my grave and weep
I am not there. I do not sleep.
I am a thousand winds that blow.
I am the diamond glints on snow.
I am the sunlight on ripened grain.
I am the gentle autumn rain.
When you awaken in the morning's hush
I am the swift uplifting rush
Of quiet birds in circled flight.
I am the soft stars that shine at night.
Do not stand at my grave and cry;
I am not there. I did not die.

Mary E. Frye

domingo, 7 de agosto de 2011

Até Sempre!

Tivemos frango de churrasco e batatas fritas.
Pintámos as tuas galinhas de barro da maneira mais azeiteira possível. Ficaram tão giras!
Fizemos um Sticky Date Pudding com Butterscotch Sauce.
Comemos, bebemos, conversámos e rimos. Contigo. Por ti. Graças a ti.

Minha "Tia Bela", parabéns. Pela coragem, pela sabedoria.

O dia de ontem começou chuvoso e eu achei que estava perfeito para a ocasião. Hoje vi que estava errada. Esteve Sol o dia todo e mais adequado não podia ter sido.

Ontem procurei-te. O tempo todo. Em todo o lado. Dei voltas à casa, esperando encontrar-te, ouvir-te atrás de alguma porta, ver-te aparecer "de calças africanas, descalça e de cigarro na mão". Encontrei-te finalmente, hoje, no meio de todos os que te adoram, entre todos aqueles que contribuíram para as tuas galinhas com uma ou duas pinceladas. Sinto-me um verdadeiro cliché mas tu estás e estarás sempre aqui. Enquanto esta malta toda se lembrar de ti. Enquanto os teus projectos forem os nossos projectos. Tu estás aqui.

Gostava tanto que nos tivesses visto hoje. Parecíamos uma família de ciganos. (Uma família meia estranha, como nunca poderá deixar de ser.) Comida e bebida e ateliers de crianças. E foi o velório mais feliz em que alguma vez estive.

Isabel, titia, obrigada. Pelo Verão de 2007. Por tantos abraços em alturas tão difíceis. Por tanta serenidade no meio de tanta loucura. Pela maior declaração de amor que uma sobrinha pode pedir. E por tantas outras coisas.
Pelos "tios" (e "primo", que o Tito "não tem idade para ser tio") que levo daqui comigo. Por nos teres reunido aqui, a família que tu escolheste, no sítio mais perfeito de sempre. Só mesmo tu para conseguir tal proeza.
Obrigada. Podem não ter sido dias maravilhosos, mas foram sem dúvida memoráveis.

Obrigada por Bruxelas. Por seres uma super-tia. Por seres sempre meia louca quando estamos juntas.

Lembro-me de dizeres "a melhor maneira de gastar dinheiro é a viajar!" Pois eu hei de viajar. Quero conhecer África e a Ásia! Quero ir à Broadway e fazer compras na 5ª Avenida. Quero ver o Mundo como tu o viste e perceber o que é que chama tanto por ti lá fora. (Se puder, começo por África, prometo.)

Minha querida tia, gosto tanto de ti! E gosto tanto de todas as memórias que tenho tuas! Sinto um vazio tão grande e ao mesmo tempo sinto-me tão preenchida. Ainda estou à espera que apareças a dizer "enganei-vos". Agora que a tua sombra foi embora, podias voltar tu. Como eu te conheci estes anos todos. A minha tia Isabel.

(Estás fartinha de saber que não acredito nestas coisas, mas dá-me algum conforto fazer de conta. Tu já sabes que eu não fecho bem a mala... Faz-me um favor - se por acaso vires a minha Mãe, manda-lhe um beijinho e diz-lhe que eu tenho imensas saudades! Divirtam-se, não gozem muito connosco e já agora, se não for pedir muito, manda ventos bons à Avó...)

Olha só para as tuas galinhas!

Até sempre Isabel!