sexta-feira, 6 de junho de 2008

Chuva.

As coisas vulgares que há na vida
Não deixam saudades
Só as lembranças que doem
Ou fazem sorrir

Há gente que fica na história
da história da gente
e outras de quem nem o nome
lembramos ouvir

São emoções que dão vida
à saudade que trago
Aquelas que tive contigo
e acabei por perder

Há dias que marcam a alma
e a vida da gente
e aquele em que tu me deixaste
não posso esquecer


A chuva molhava-me o rosto
Gelado e cansado
As ruas que a cidade tinha
Já eu percorrera

Ai... meu choro de moça perdida
gritava à cidade
que o fogo do amor sob chuva
há instantes morrera


A chuva ouviu e calou
meu segredo à cidade
E eis que ela bate no vidro
Trazendo a saudade.


Para ouvir no Youtube - aqui



Esta música não está aqui só por estar. Não é daquelas que aparece só porque é a preferida da semana nem por ser "catchy"... Toda ela faz sentido. Tudo acontece todos os dias. Conhecemos gente, amamos pessoas, perdemos amigos.
Das que conhecemos, umas ficam, outras não. Acenamos às que passam, e seguimos o nosso caminho.

Quando se trata das que ficam, é diferente.

Amamos as que ficam e tudo o que fazem por nós. Queremos tê-las perto, sempre, porque se tornam indispensáveis.

Agradeço (já disse que não sei bem a quem) todas as que tenho. Todas aquelas pessoas que, com um toque, um sorriso, uma palavra, conseguem mudar o meu dia. Mais do que qualquer outra coisa que eu tenha, agradeço a minha sorte em ter as minhas pessoas.

Amamos essas pessoas. E depois perdemo-las. É inevitável. Chega sempre um dia em que perdemos essas pessoas. Os toques, os sorrisos e as palavras somem para sempre. (Para sempre é muito tempo.) E consciencializamo-nos de que, um dia, havemos de ter perdido todas. É triste, mas é a vida.

O que é que eu proponho? Carpe Diem! Acima de tudo, viver o hoje. É o único que temos. Não volta atrás, não se repete. Vamos hoje dar aquele abraço, abrir aquele sorriso. Respiremos fundo e deixemos que o arrepio nos percorra a espinha, estiquemos os braços e alcançemos o céu. Não sei.. fica um bocado ao critério de cada um.

Quanto a mim, sei que não passo sem voltar a lembrar aqui todas as minha pessoas.

Porque há pessoas que nos marcam, e, quando o fazem, é para sempre! (Sim, o "para sempre" existe...) E eu sou tão feliz por saber que tenho estas pessoas e estas marcas. Sei, sem presunção, que sempre que precisar tenho um ombro amigo, um conselho, uns "ouvidos" (visto que agora o e-mail é que está a dar!) prontos para mim, para me ajudar. E isso é bom. É um conforto interior que me faz, sem sequer dar conta, sorrir. Estou a adorar!
Mas todos os dias me estão a faltar palavras para agradecer. E todos os dias, a música que o coração me canta é esta. Pelo menos o início.
Há pessoas que são importantes nas nossas vidas, pessoas que nos marcam e que nunca vamos esquecer. São essas pessoas que eu quero lembrar aqui e agora. Em vez de conversas, chamadas, mails e mensagens, fica um post. Porque o que está escrito não se apaga. As palavras escritas não vão com o vento, são eternas. Tal como o que trago dentro de mim.

1 comentário:

  1. "As coisas vulgares que há na vida, não deixam saudade."

    Tu falas a sério? Pois o brilho nos meus olhos é tão sério como todas as palavras que pronuncias.

    Sabes Margarida, um dia disseram-me que o clima enlouquecia e que o tempo andava mais depressa, a fim de gozar com a nossa cara. Porém, juntos fizemos e continuamos a fazer caretas a todas as formas de tempo. Hás-de sempre ser intemporal na minha vida. E sim, sempre caminharemos lado a lado atrás da felicidade, ou só pelo prazer de sentir o vento bater-nos na cara! :]

    Porque cada toque subtil, cada palavra que ousas pronunciar faz com que me sinta vivo, com que me sinta feliz. E porque acima de tudo, se agora acabasse o tempo, tu não acabarias nunca com ele.


    Porque te adoro, mulher da minha vida. *

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