sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Aquele vazio.

Tu foste e deixaste um vazio. Era um vazio que eu achava que tu preenchias na perfeição. Mas não, é óbvio que não. Nunca, mesmo com todo o teu tamanho, poderias, na tua pequenez, preencher aquele espaço. Agora vejo isso.
Mas isso é passado.

Depois de muito tempo a tentar fechar um capítulo, encontrei a minha solução. Ironicamente, aconselhando sobre fechar capítulos.

Não posso forçar um capítulo a fechar-se. Não me posso obrigar a esquecer-te... Aliás, esquecer não é propriamente o termo. Li algures "Não digas que esqueceste - diz apenas que já consegues falar sem chorar"! Não te quero esquecer, nem tudo aquilo que passámos, bom ou mau, porque tudo isso me ajudou a crescer. E não posso simplesmente ignorar tudo aquilo que aprendi. Quero, acho que sim, que me sejas indiferente. Neutralizar-te, para poder avançar com a minha vida.

O que quer que eu queira, não interessa muito. Não me consigo obrigar a nada. Concluí que os capítulos têm uma maneira de se fecharem sozinhos. Nós nada podemos para acelerar o processo. Lentamente, o tempo passa, a mente ocupa-se com outras coisas, outras pessoas, e, quando damos conta, há coisas que já não têm a mesma importância. Simplesmente, estão lá no fundo, quietinhas...Até que, um dia, (espero eu) deixam de estar! Espero eu, porque sei que há sempre alguma coisa - uma música, uma expressão, qualquer coisa - que as catapulta para a frente, mais uma vez. E aí, recomeça o processo. No entanto, já reparei, cada vez mais fracas, estas memórias já não têm o mesmo impacto. E torna-se cada vez mais fácil empurrá-las para o seu canto. E cada vez mais próximo está o dia em que, sem darmos conta disso, elas vão-se.

Mas é assim, não podemos obrigar um capítulo a fechar-se. Resta-nos esperar. Ele há de se fechar sozinho.

Hoje, olho para mim e vejo que já esperei demais. Acho que o meu tempo de espera está a chegar ao fim. Estou-me a aproximar novamente daquilo que era.

Aquela miúda que chegava sorridente, fizesse chuva ou sol. A primeira a mergulhar no (gélido) mar de Moledo. Aquilo que eu julgava ter perdido, está a voltar a mim. Só ainda não consigo chorar nos filmes. Perdi a minha lamechiçe.

Vai daí, deve estar só adormecida!

1 comentário:

  1. "Aquele vazio!"

    É interessante como o titulo vem de encontro ao dia de hoje.... e mais interessante é,ainda, o primeiro paragrafo, com o qual tenho um encontro completamente escaldante e no qual faço das tuas as minhas palavras!
    Mas,voltando ao tema...aquele vazio k sentist no dia 1 de agosto senti-o eu quando o perdi,ou melhor,quando achei que tinha perdido alguem k nunca tinha encontado na realidade...
    Pois muito bem, mas dentro de breves instantes, uma só palavra dessa pessoa foi suficiente para k o tal vazio deixasse de o ser...
    No entanto, e porque quando "esmola é grande o pobre desconfia", citanto a giria popular, aquele k tinha voltado para preencher o vazio k me invadia tinha acabado de me lembrar que afinal, tudo nao passaram de ilusões...
    Sendo assim, aquele k era tudo para mim e no qual depositei a função de curar a falta de "ser" da minha alma, acabou por me mostrar que é insignificante o suficiente para que eu ,sequer, me importe consigo!
    Porem...o vazio permanece e o desespero aumenta...

    ResponderEliminar