quarta-feira, 20 de dezembro de 2006

Capuf!


Foi-se. Morremos. O "nós" foi assasinado. Eu sei disso. Tu sabes disso. Ou pelo menos, devias saber. Afinal de contas, és tu o culpado deste homicídio. Sim, porque também deves saber que não foi natural. Foi forçado. Tu forçaste! Voçês forçaram. E não tinham esse direito. No entanto, não hesitaram em pôr em práctica o vosso meticuloso plano, aparentemente inofensivo, mas que , agora, me atira à cara, com todas as forças, todos os vestígios da vossa premeditação. É, sem dúvida,cruel.

Agora vivo com o medo das nostálgicas memórias ("mas por que raio é que eu tenho tão boa memória?!") de tudo o que passámos, que me assaltam variadíssimas vezes durante o dia. Porque é que tenho tantas histórias para contar, e porque é que estás sempre lá? Porque é conseguiste avançar sem mim e porque é que eu não consigo esquecer-te definitivamente? É INJUSTO. Vivo dentro da música, dizendo "Realmente, foi isto que aconteceu. Está tudo dito!" Não quero. Quero paz, sossego, para mim e para os meus. Para quem me ajudou. Para quem apanhou os meus bocados e voltou a colar-me. Para quem está aqui comigo, e me merece no meu melhor, que eu já não consigo dar.
E tenho pena, de não poder dar a quem quero o melhor de mim, porque o gastei contigo. NÃO É JUSTO. If I knew then what I know now! Teria tudo sido diferente. Menos rancor. Menos raiva. Menos lágrimas.Quiçá melhor, mais pacífico. Sim, teria sido bem melhor!


Margarida Feijó
20-12-2006

2 comentários:

  1. O teu post ta bestial!
    Identifico.me com algumas das coisas q escrevest. Pois é, em certas situações é msmo mau terms boa memória... só nos complica a vida: ou morremos de saudades, ou qeremos é esqecer e passar a dormir (e a viver) sossegados.
    Continua a escrever que vale a pena ler o que escreves, não faças como eu q deixei o blog a meio... mas qq dia escrevo qq coisa prometo!
    Parabens, gostei msmo deste post...beijinho*

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  2. É rude, mas venho aqui falar-te do tempo. O tempo que não me ajudou a perceber o que sentia, pensava, e escrevia como que na tentativa de esquecer. O tempo tem feito troça de nós, e hoje faço troça dele ao gravar no passado uma marca do presente. Na verdade, sinto-me completamente desapontado com qualquer coisa. Sinto-me tão triste que temo estar a culpar o tempo pelo fosso que eu próprio escavei. Não tenho nenhum tipo de memória particularmente feliz que colmate o que sinto hoje, e é por isso que sinto que o tempo será de algum jeito cruel comigo. Comigo e contigo. Faz-me poder voltar a acreditar, porque sinceramente não tenho acreditado ultimamente. Não consigo. Não consigo mesmo olhar e ver-me por em causa tanto em tão pouco tempo. De qualquer das formas permaneço inabalável no que toca ao que um dia resolvi desenhar em letras garrafais na minha alma: "Não sei o que estámos a fazer, nem para onde vamos... Mas enquanto formos juntos, sei que vamos bem."


    Que seja eu a sentir a ausência, pelos dois.

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